A digitalização de documentos se transformou em uma inteligência extremamente essencial para empresas que adotaram o modelo de trabalho remoto. O uso do papel foi deixado de lado por alguns motivos, mas principalmente pelo avanço tecnológico, por ser ineficiente e por exigir mão de obra intensiva dos colaboradores.
Nos últimos anos, a digitalização vem tomando conta da maioria dos serviços, sejam eles públicos ou privados. Basicamente todos os processos podem ser feitos digitalmente por meio de um computador ou celular. Essa facilidade é uma tendência mundial e deve ganhar ainda mais força com o avanço tecnológico.
As vantagens desse processo abrangem não somente a empresa como também os clientes: economia de tempo, deslocamento, redução de custos e de burocracias são as pautas levantadas. No entanto, como seres coletivos, o principal benefício que impacta diretamente nossas vidas é o ambiental. A economia de papel evita a danificação ambiental, uma vez que menos árvores precisarão ser derrubadas e menos papel será fabricado, além de diminuir a quantidade de lixo nas ruas e aterros sanitários.
Os processos digitais, além de garantirem maior eficiência, também prometem economizar tempo eliminando rotinas administrativas, como o ato de procurar documentos em pastas e armários, envelopar e carimbar papéis. Mas os benefícios não param por aí, de acordo com uma pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a eliminação do papel físico por meio da tecnologia, é possível evitar o desperdício de 46 milhões de quilos de papel por ano no Brasil, o que corresponde a uma economia de 1,5 milhão de litros cúbicos de água. Além disso, há também a diminuição de outros recursos, como energia e produtos químicos utilizados no processo de produção desse material.
Essa transição do papel para meios eletrônicos exige uma grande mudança cultural da sociedade. Apesar dos benefícios como, economia de tempo, diminuição do espaço físico e redução de gastos, a falta de conhecimento em relação aos recursos tecnológicos é um grande entrave no processo de digitalização empresarial. No entanto, com o surgimento das práticas de ESG, as empresas têm se empenhado para aderir novos processos sustentáveis sem impactar diretamente as cadeias de produção.
A indústria do papel e celulose carregam grande responsabilidade sobre a economia brasileira. Nos últimos anos, o país se consolidou como o segundo maior produtor de papel do mundo. Além disso, com dados de 2020, o segmento contribui com aproximadamente 5% na formação do PIB do país.
No mesmo ano, o país produziu cerca de 5,37 milhões de toneladas de celulose, segundo dados divulgados pela Indústria Brasileira de Árvores (IBA), um crescimento de 7,5% em relação ao ano anterior. De toda produção, 75% foram destinadas para exportação, totalizando 14,7 milhões de toneladas. Mesmo se decompondo rapidamente, o papel é responsável por imensos impactos na sua fase de produção e quando transformado em lixo. Alguns dados apontam que para cada tonelada de papel são necessárias 15 árvores, 100 mil litros de água e 7,6 mil KW de energia. Quando lixo, uma tonelada gera aproximadamente 18 kg de poluentes orgânicos e 88 kg de resíduos sólidos de difícil degradação.
Podemos relacionar a digitalização com a inovação da máquina a vapor e a invenção da eletricidade. Com essas tecnologias, a sociedade sofreu uma enorme mudança cultural e comportamental, e cada vez mais empresas e instituições vem aderindo ao mundo tecnológico e digitalizando seus processos. As indústrias de música foram as primeiras a experimentar os efeitos da digitalização, substituindo CD’s e discos por aplicativos, sites, nuvens, pen-drives, entre outros.
O avanço tecnológico não garante somente a redução do papel, mas também ajudam outros setores a aderirem medidas mais sustentáveis, como, a redução de energia, com casas inteligentes que otimizam o consumo de luz, aplicativos de alimentos que reduzem o desperdício, sistemas de transporte inteligentes que orientam o tráfego pelas cidades com menos emissões de gases, entre outros.
A digitalização tem um enorme potencial e pode ser vista como o futuro da sustentabilidade, capaz de proteger ecossistemas, reduzir emissões de gases do efeito estufa e auxiliar a recuperação da saúde da natureza, basta que cada vez mais empresas e instituições adotem medidas tecnológicas e sustentáveis em seus processos.
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