Veja algumas funções às quais seu RH pode se dedicar sem se preocupar com a gestão de papelada

Quanto tempo é gasto na gestão de papelada do RH? Mesmo hoje, certamente é alto, tomando um tempo que poderia ser usado para tarefas estratégicas voltadas para o desenvolvimento e bem-estar dos funcionários. Segundo especialistas do Sebrae, a forma como as organizações lidam com seus colaboradores influencia diretamente o desempenho e o resultado da empresa. A excelência do posicionamento estratégico do RH também é determinante na oferta de produtos e serviços competitivos e atrativos para o mercado.

Sem a obrigatoriedade de lidar com a gestão de papelada do RH, os gestores de pessoas, por exemplo, podem focar no chamado employer branding, conceito que vem do marketing, onde o branding significa o esforço contínuo de gerar valor para a marca.

No caso do RH, o alvo agora são os colaboradores da organização, e o employer branding visa despertar o desejo de fazer parte de uma organização, buscando o engajamento dos atuais e potenciais colaboradores.

O novo papel do RH na era digital

Especialistas do Sebrae apontam outras tendências na gestão de pessoas, que podem ser alcançadas com mais eficiência quando não se perde tempo com gestão de papelada do RH de forma manual.

Segundo eles, uma grande tendência é a autogestão já que, com estruturas cada vez mais enxutas e menos hierarquizadas, muitos colaboradores não terão um supervisor direto. Para o RH isso significa a busca de talentos mais qualificados, capazes de se autogerenciar em função de projetos e entregas, e não apenas sobre tarefas.

Além disso, o RH precisa incentivar o conceito de “trabalho pelo propósito”. Relacionado à tendência anterior, cresce no mercado o número de colaboradores que aceitam oportunidades com base no propósito, seja da ação ou da empresa, e não mais prioritariamente pelo cargo a ser ocupado, pelos benefícios da vaga ou pela forma de contratação.

Andrea Palumbo, especialista com mais de 20 anos em experiência na área de RH, destaca que com as mudanças na forma como trabalhamos e com a demanda de novas habilidades, é cada vez mais importante encontrar, recrutar e reter as pessoas certas. “As organizações podem usar ferramentas analíticas, cognitivas e redes sociais para encontrar potenciais colaboradores e, a partir daí os atrair com uma estratégia de employer branding e assim determinar quem é a pessoa mais adequada”.

Essa nova postura dos gestores de pessoas que, livres da gestão de papelada no RH, deverão investir em estratégias de engajamento e, provavelmente, mudanças na cultura corporativa, também é defendida por analistas da consultoria Deloitte.

No estudo “Tendências Globais de Capital Humano 2018”, eles destacam que “atualmente, as organizações não são mais avaliadas apenas pelo desempenho financeiro ou pela qualidade de produtos e serviços. São reconhecidas pela maneira como tratam e engajam suas pessoas e clientes, pelo suporte dado à comunidade onde atuam e pelo impacto positivo na sociedade. Esses são fatores cada vez mais importantes para atrair e manter talentos, construir uma reputação duradoura e conquistar a lealdade dos clientes”.

Os desafios do eSocial

E os gestores de pessoas estão às voltas com novos desafios que envolvem a gestão de papelada do RH: a entrada em vigor do eSocial, que deverá estar totalmente implantado até o início de 2019.

Segundo Juliana Trindade, Gerente de Projetos da Access Brasil, “o fato de boa parte das informações enviadas ao eSocial terem como base dados estruturados, como a folha de pagamento, tem tornado a Automação Robótica de Processos (ou RPA – Robotic Process Automation), também chamada de robotização, um dos assuntos mais comentados para facilitar a digitalização do RH e a adequação às exigências do eSocial.

“Um dos desafios que o eSocial trouxe ao RH é a necessidade de analisar cadastros para observar se há ou não alguma informação que destoe da atualidade. No caso das grandes empresas, com operações complexas de recursos humanos, esse tipo de tarefa é uma das que se adequa aos processos que podem tirar proveito da robotização. Trata-se de uma atividade repetitiva e que um funcionário levaria muito tempo para realizar, além de fazê-la com uma grande possibilidade de erros. Se considerarmos o exemplo do setor financeiro, por exemplo, em que um robô pode analisar mais de 10 mil contratos em meia hora – semelhante à carga de trabalho de 12 pessoas nessa mesma quantidade de tempo – o RH também pode revisar dados de cadastros e documentos criados digitalmente com muito mais rapidez e sem erros”.

Então, será que a área de gestão de pessoas da sua empresa está pronta para deixar de lado a gestão de papelada do RH e focar no que realmente importa – as pessoas? Saiba como a digitalização de documentos pode mudar a maneira de atuar do seu RH.